terça-feira, 24 de abril de 2012

A Sinceridade está em extinção?

Bem aventurado daqueles que olham em sua volta ao longo dos dias e podem respirar o ar límpido da sinceridade alheia. Ahhh... nessas horas como eu invejo os coveiros!


Por que é tão difícil encontrar uma palavra honesta de incentivo gratuito? Ou um simples cortejo amigo sem segundas intenções? Por que as respostas não respondem às perguntas, já se preocupando com as consequências de suas explicações?

Será que todas as oportunidades que nos insurgem devem ser agarradas com unhas e dentes, ao custo daquilo que somos e/ou acreditamos? Ao custo da transparência e sinceridade? Precisamos mesmo planejar cada passo que damos como num jogo de cartas? (Seriam cartas marcadas?)

- "Bom dia!!! - cumprimento alguém
- "Err... bom dia... (o que será que ele quer?) - divaga Sr. Alguém.

Acredite, quero apenas que tenha um bom dia, por mais incrível que pareça. E, em troca, quero que não me sirva pratos com porções frias de moralismo ilegítimo. Prefiro passar fome, obrigado, ao menos não me deixa com azia mental na hora de dormir.

Se a Terra pertence aos mais Fortes, se o Mundo é dos Espertos, se o Capitalismo é para os Oportunistas, onde é que os Sinceros vão morar? Dá pra entender porque estão em extinção.

Ah, mas a vida é tão bela. A sociedade humana que a enfeia. Mas à noite, quando escurece, tudo se clareia. Eu encontro minha garota e tudo fica bem. Porque no coração dela eu encontrei um lugar para morar.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Devaneio da Semana

Cresça, floresça, germine, frutifique. Cresça mais e, do alto de sua copa, contemple a vastidão da existência. Mas jamais se esqueça que possui raízes, e que são elas que te mantém em pé. Não se esqueça das suas raízes!

sábado, 21 de abril de 2012

F1: Esporte ou Política?


Domingo, 22/04/2012. Em menos de 9 horas teremos início ao GP de Bahrein. As polêmicas acerca da realização deste GP atraem novamente minha atenção para a F1. Claro que por motivos nada esportivos.

Como há várias discussões acerca da realização da prova, da segurança dos organizadores e dos cidadãos,  da imagem da F1 ser manchada com este episódio (como se a F1 tivesse uma imagem imaculada...), quero apenas destacar mais uma face das entranhas de nossa sociedade atual, expostas com este episódio melancólico:

Uma pessoa morreu na noite de sexta-feira atingida por disparos da polícia em uma manifestação na cidade de Shakura, ao norte da capital Manama. E Jean Todt, presidente da FIA, declarou: “Tem alguma controvérsia a respeito, mas a FIA é uma organização esportiva. Nós só estamos interessados em esporte, não em política".

Interessados em esporte? Uma funcionária do catering da McLaren viu o seu contrato ser rescindido depois de ter recusado ir para o país. Por sinal, o fundo monetário Mumtalakat, pertencente à família real do Bahrein, é dono de 42% do Grupo McLaren e de 50% do ramo automóvel. E como se não bastasse, o príncipe Salman al-Khalifa supervisionou pessoalmente a construção do circuito e é dono dos direitos do GP. E o irmão do rei é o presidente da Federação Automóvel do Bahrein, membro da FIA. Já para não falar em como este GP é um dos mais rentáveis para a própria F1.

Esporte? O que importa para a F1 é dinheiro, e nada mais. Se ninguém assistisse ao GP amanhã, pode ter certeza, isso começaria a mudar. Mas não é isso que vai ocorrer, não é mesmo? Torçamos, então, para que ninguém mais morra para que alguém ganhe mais dinheiro.

Que vontade de mudar isso também...

Sugestões de leitura:
http://www.cartacapital.com.br/internacional/formula-1-se-degrada-com-grande-premio-de-bahrein/
http://www.ionline.pt/desporto/gp-bahrein-nao-afeganistao-aqui-tambem-se-queimam-bandeiras

Louca para Mudar o Brasil


No meio de tanta gente "sana", enfim uma desmiolada resolve mudar nosso país. Dilma, a presidenta do Brasil, resolveu peitar o sistema financeiro mais lucrativo do planeta Terra. Diria seu antecessor, sem hesitar: "Nunca antes na história deste país...".

Mas como isto é possível? Como alguém que até pouco tempo era tida como uma terrorista pela mídia elitista deste país pôde fazer isto e ainda obter o apoio e congratulações de todos os setores da sociedade (exceto do setor financeiro, provavelmente)?

Bom creio que com o planejamento minucioso de uma gerrilheira, ela armou o ambiente ideal para atacar, sem pudor, os grandes bancos deste pais. Primeiro, conquistou a classe média elitizada, com seu comportamento intolerante a desvios de conduta dentro de seu próprio Governo. Com isso ganhou uma certa trégua do PIG (*), que preparava o "terceiro turno" eleitoral. Paralelamente deu continuidade aos programas sociais, com maiores investimentos nos carros-chefe Bolsa Família, ENEM, MCMV e PAC, ganhando assim apoio incondicional da base eleitoral lulista. Num segundo momento, prorrogou e concedeu novos incentivos e isenção de impostos ao setor industrial brasileiro, ganhando mais simpatia das grandes Federações e do empresariado. Aproveitou-se, então, do momento propício de grande aprovação popular, baixo desemprego, e de reconhecimento internacional em suas recentes viagens à Europa e aos EUA, na qual foi tratada como uma protagonista global. Pronto, cenário armado para uma tomada de decisão que, se realizada em seu primeiro dia de mandato, seria considerada inconsequente, radical, unilateral e blablablá. Mas, neste momento, está sendo considerada uma decisão serena, precisa e de grande coragem política.

Dilma faz, desta forma, o que nenhum, repito, NENHUM antecessor seu teve coragem de fazer: peitar o sistema financeiro. Diminuir o spread bancário fará cair, e muito, o custo do investimento empresarial. E, com isso, forçar os bancos a realizarem algo que deveriam fazer há muito tempo: ajudar nosso país a crescer.

Esta mudança, só concretizada graças à coragem e obstinação de nossa presidenta, fará mudar sem dúvidas o rumo de nosso país, com menores custos de administração financeira, menos gastos com financiamento da dívida pública (com a queda da SELIC), mais investimentos do setor privado, maior concessão de crédito pessoal e empresarial e menor endividamento das famílias.

Dilma, sem dúvida, é Louca para mudar o Brasil.

(*) PIG: Em nenhuma democracia séria do mundo jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político — o PiG, Partido da Imprensa Golpista (Paulo Henrique Amorim).