sábado, 21 de abril de 2012

F1: Esporte ou Política?


Domingo, 22/04/2012. Em menos de 9 horas teremos início ao GP de Bahrein. As polêmicas acerca da realização deste GP atraem novamente minha atenção para a F1. Claro que por motivos nada esportivos.

Como há várias discussões acerca da realização da prova, da segurança dos organizadores e dos cidadãos,  da imagem da F1 ser manchada com este episódio (como se a F1 tivesse uma imagem imaculada...), quero apenas destacar mais uma face das entranhas de nossa sociedade atual, expostas com este episódio melancólico:

Uma pessoa morreu na noite de sexta-feira atingida por disparos da polícia em uma manifestação na cidade de Shakura, ao norte da capital Manama. E Jean Todt, presidente da FIA, declarou: “Tem alguma controvérsia a respeito, mas a FIA é uma organização esportiva. Nós só estamos interessados em esporte, não em política".

Interessados em esporte? Uma funcionária do catering da McLaren viu o seu contrato ser rescindido depois de ter recusado ir para o país. Por sinal, o fundo monetário Mumtalakat, pertencente à família real do Bahrein, é dono de 42% do Grupo McLaren e de 50% do ramo automóvel. E como se não bastasse, o príncipe Salman al-Khalifa supervisionou pessoalmente a construção do circuito e é dono dos direitos do GP. E o irmão do rei é o presidente da Federação Automóvel do Bahrein, membro da FIA. Já para não falar em como este GP é um dos mais rentáveis para a própria F1.

Esporte? O que importa para a F1 é dinheiro, e nada mais. Se ninguém assistisse ao GP amanhã, pode ter certeza, isso começaria a mudar. Mas não é isso que vai ocorrer, não é mesmo? Torçamos, então, para que ninguém mais morra para que alguém ganhe mais dinheiro.

Que vontade de mudar isso também...

Sugestões de leitura:
http://www.cartacapital.com.br/internacional/formula-1-se-degrada-com-grande-premio-de-bahrein/
http://www.ionline.pt/desporto/gp-bahrein-nao-afeganistao-aqui-tambem-se-queimam-bandeiras

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